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Primeiro implante de pâncreas artificial é concluído no Brasil para conter o diabetes

Por: Adriano Dias
05/02/2022 – 10h47

Processo cirúrgico foi realizado na cidade de Curitiba.(Foto reprodução Internet)

 

Todos os dias, diversos brasileiros e brasileiras têm a bravura de encarar uma  doença muitas vezes desvalorizada por diversos setores da sociedade, seja pela população em geral ou até mesmo pela comunidade médica. Considerada uma doença silenciosa, o diabetes segue avançando principalmente entre aqueles considerados mais jovens. No entanto, uma iniciativa promete dar um freio no avanço desta doença. No último dia 31, o Brasil foi palco do primeiro implante de pâncreas artificial. De acordo com uma reportagem veiculada na TV Globo, o processo foi realizado na assessora judiciária e moradora de Curitiba Larissa Strapasson, de 30 anos. Ela está com diabetes tipo 1.

Aprovado pela ANVISA

Com experiências bem sucedidas nos Estados Unidos e no continente europeu,  esta tecnologia passou pelo crivo da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. No momento, o custo está na casa dos R$20 mil reais. De acordo com a Associação Diabetes Brasil, o pedido do fornecimento do aparelho, por meio do Sistema Único de Saúde, vai ser solicitado ao Ministério da Saúde. Em nota, a pasta afirmou que a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS ainda não recebeu nenhum pedido sobre o pâncreas artificial.

Este aparelho foi instalado na barriga da Larissa, sem a necessidade de cirurgia. Conforme explicado pelos idealizadores, o chamado pâncreas artificial carrega um reservatório de insulina e é conectado a um sensor que mede o nível de açúcar no sangue a cada cinco minutos. A informação é repassada para o aparelho por bluetooth, ou seja, sem a necessidade de um fio.

Quando o corpo tem necessidade, o pâncreas libera o hormônio, que é aplicado automaticamente, na dose certa. O aparelho estabiliza a glicemia e mantém os níveis de açúcar por mais tempo dentro da meta estabelecida pelos médicos. Com isso, a longo prazo, traz muitos benefícios para o paciente.

“No futuro, essa pessoa vai ter menos complicações do diabetes; entre elas: complicações visuais que podem levar até a cegueira, complicações cardíacas, complicações nos rins, risco de amputações”, explicou o endocrinologista André Vianna, ao Jornal Nacional. Com o aparelho implantado na cintura, Larissa planeja engravidar ainda esse ano. Um sonho que ela vinha adiando há anos por causa do diabetes.

Para conter o avanço

Enquanto o aparelho não chega às unidades públicas de saúde, vemos o número de brasileiros com diabetes crescer consideravelmente. Dados da Pesquisa de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico mostram que o diagnóstico avançou 11,6% na população adulta das capitais brasileiras, mas entre as mulheres na faixa etária de 24 a 35 anos, o número dobrou em relação ao ano anterior. Entre os homens, o avanço foi na faixa etária de 18 a 24 anos. Este avanço é associado ao aumento do sedentarismo, seja pela falta de uma rotina de exercícios físicos ou pela piora nos hábitos alimentares – fatores que aumentaram muito durante os meses de isolamento do início da pandemia de Covid-19. Agora, só resta torcer para que outras pesquisas possam avançar para conter a proliferação desta doença.

Veja também: Primeira cirurgia robótica contra diabetes tipo 2 é realizada no Brasil

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