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Rio de Janeiro ganha projeto para ajudar as pessoas em situação de rua a vender revistas

Por: Adriano Dias
31/07/2021 – 09h45

Iniciativa começa com 80 pessoas e vai atuar no Centro e na Zona Sul da cidade. (Foto reprodução Internet)

 

Todos sabem que, enquanto o mundo ensaia um retorno à normalidade por conta do avanço da vacinação contra Covid-19, podemos notar as sangrias que foram abertas por conta das restrições que foram impostas para tentar salvar a maior quantidade de vidas possível e evitar a procura hospitalar. Entre outros problemas que o mundo está encarando está o desafio de retomar as atividades trabalhistas para aqueles que, durante a pandemia, ficaram sem renda para sustentar a família. Sabendo desta grave adversidade, diversas iniciativas estão sendo tomadas para tentar reverter esse jogo.

Uma dessas surgiu na cidade do Rio de Janeiro, onde o poder executivo municipal elaborou uma nova atividade profissional para quem mais precisa ter um retorno financeiro. Através das secretarias municipais de Assistência Social, Cultura e de Ordem Pública, surgem os “Jornaleiros Sociais”. A novidade foi apresentada durante o lançamento de uma publicação no último dia 26 de julho, que ocorreu no Museu do Amanhã.

Parceria com a Revista “Traços”

A publicação nasceu na capital federal no ano de 2015. Agora, os responsáveis estendem esse “traço” com a Cidade Maravilhosa, atuando principalmente na região central e na Zona Sul da cidade. Para os criadores, além de divulgar a cultura regional nas páginas de uma revista impressa de qualidade, a “Traços” é um projeto que tem como objetivo gerar renda e reinserir no mercado de trabalho pessoas em situação de rua e/ou extrema vulnerabilidade financeira através da venda de seus exemplares.

Mas por que este novo nome para atividade profissional? Segundo o secretário de Ordem Pública, Brenno Carnevale, os porta-vozes da cultura passam a ser também conhecidos dessa maneira, “pois esta é a forma que a Prefeitura tem de fazer política com inclusão”.

A distribuição vai funcionar assim: vendida por R$10, a revista vai gerar R$7 para aquele que vender e o restante para o porta-voz.  Segundo os idealizadores, as pessoas selecionadas serão treinadas e vão receber crachá e colete de identificação, além de acompanhamento personalizado para planejamento financeiro e de vida e encaminhamentos para a rede sócio- assistencial e inserção em atividades e ações culturais. Os porta-vozes vão passar por treinamento com oficinas – claro, respeitando os protocolos de segurança sanitária.

Dados preocupantes

Esse projeto da revista com as autoridades municipais ainda está longe de resolver a situação da nossa cidade – e do nosso país – no quesito empregabilidade. Para se ter uma ideia, um recente relatório do Banco Mundial apontou que a crise econômica causada pela pandemia deve provocar efeito negativo sobre empregos e salários no Brasil por nove anos. Ainda no relatório, a crise causada pela pandemia deve provocar “cicatrizes” mais “intensas” nos trabalhadores menos qualificados, isto é, segundo o banco, aqueles sem ensino superior. Essas “cicatrizes”, na visão do Banco Mundial, são aumento do desemprego; aumento da informalidade; e redução dos salários.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística mostram que o desemprego nosso país ficou em 14,7% no trimestre encerrado em abril e se manteve em patamar recorde, atingindo 14,8 milhões de pessoas. Que mais iniciativas como essa possam surgir para reverter esse número o mais rapidamente possível.

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