Projeto ajuda a cobrir cicatrizes das cirurgias de câncer de mama em São Gonçalo
Por: Adriano Dias
16/05/2021 – 08h22
“Cores Que Dão Vida” tem a missão de recuperar a autoestima das mulheres. (Foto reprodução Internet)
Não é nada fácil vencer um combate contra o câncer de mama. Depois de superar este intenso desafio, as mulheres têm ainda que lidar com outro: conviver com as cicatrizes deixadas pela doença. Com a intenção de recuperar a autoestima daquelas que passaram por esta situação, um projeto buscar uma nova perspectiva para a vida das mulheres. Tanto é que ele leva a “Vida” até o nome.
O “Cores Que Dão Vida” é uma iniciativa que surgiu em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, através do tatuador Jhony Tattoo junto com a coordenadora do grupo de apoio ao paciente oncológico “Unidas pela Vida”, Patrícia Silva.
A iniciativa busca de forma gratuita, que as mulheres possam ter a possibilidade de cobrir cicatrizes das cirurgias, reconstruir a auréola da mama e realizar a marcação do tumor, processos que fazem parte da luta contra a doença.
A primeira do projeto
Quem inaugurou o projeto foi Rejane Dantas. Há nove anos, ela foi diagnosticada com um nódulo no seio direito após realizar um o autoexame e uma ultrassonografia da mama. Após quimioterapias e duas cirurgias, para retirada dos nódulos e de reconstrução, ela resolveu virar a página.
“O câncer foi um divisor de águas em minha vida, descobri minha vaidade enquanto estava doente, foi quando comecei a trabalhar minha autoestima. Este ano, completo 10 anos que comecei esta luta e terei alta do Instituto Nacional de Câncer. A tatuagem é um ponto de partida pra uma nova etapa em minha vida. Estou encantada e extremamente feliz. Não paro de me admirar e sou muito grata de ter tido essa oportunidade”, relata Rejane para o jornal O São Gonçalo.
Para o mesmo jornal, Jhony destacou que o projeto de reconstrução da auréola já atua há quase quatro anos e, até o momento, 200 mulheres já passaram por este procedimento. O profissional faz tatuagens realistas que reproduzem o desenho do mamilo e da aréola.
Sobre o “Unidas Pela Vida”
Com atuação em São Gonçalo, Rio Bonito e Duque de Caxias, o grupo de apoio ao paciente oncológico possui 814 pacientes cadastrados realizando acompanhamento de tratamento. A parceria do projeto de tatuagens é apenas uma das ações que são disponibilizados para as pacientes. Elas ainda contam com apoio psicológico, nutricional, micropigmentação de sobrancelha, confecção de perucas, doação de megahair, cestas básicas, almofadas cirúrgicas, sutiã do recomeço e lenços.
“Em média, 80% de nossas pacientes são acometidas pelo câncer de mama. Elas têm sua vida abalada com o diagnóstico e buscam, de diferentes formas, recuperar a vaidade e o bem estar. Muitas não têm apoio financeiro e psicológico e nós abraçamos essas pacientes, valorizando a característica de cada uma, ajudando a proporcionar autoestima e qualidade de vida, que é essencial para pacientes em tratamento de câncer”, explica Patrícia Silva para o jornal “O São Gonçalo”.
Para quem se interessou pela iniciativa, é necessário lembrar: a tatuagem após a mastectomia só pode ser feita no momento em que as cicatrizes e os pontos da cirurgia estiverem completamente curados e se houver a liberação pelo médico responsável pelo procedimento cirúrgico e pelo oncologista.
Veja também: Tatuador oferece reconstrução gratuita de aréola em mulheres mastectomizadas
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