Cientistas brasileiros montam sistema para controlar epidemias de dengue e febre amarela
Por: Adriano Dias
13/02/2021 – 10h22
A dengue e febre amarela são duas endemias que temos que combater anualmente por aqui e, todo ano, precisamos buscar diversos métodos para vencer a batalha contra essas doenças que assolam a vida do brasileiro. Diante disso, 2021 pode nos presentear com uma iniciativa para ajudar a encarar a proliferação destes dois vírus que atingem algumas regiões do nosso Brasil.
Informações divulgadas pelo portal UOL mostram que um grupo de cientistas está empenhado em criar um método que pode prever e combater novos surtos das duas doenças e impedir o crescimento no número de casos. De acordo com o site, esses profissionais estão espalhados em mais de 10 instituições nacionais e internacionais. Eles trabalham para monitorar o comportamento do vírus pelos próximos 10 anos. Depois deste prazo, os profissionais podem criar mecanismos para uma possibilidade de antecipação às futuras crises sanitárias.
Processo da pesquisa
Segundo a publicação, quatro locais vão receber esta pesquisa: São José do Rio Preto (SP), Manaus (AM) e algumas regiões do Pantanal e do Panamá.
“São locais em que há muita transmissão de doenças por mosquitos e onde temos laboratórios e profissionais capacitados para trabalhar”, justifica o médico virologista Maurício Lacerda Nogueira, professor da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp) e um dos coordenadores da iniciativa, para o UOL.
Pelos próximos cinco anos, eles vão monitorar de forma contínua os quatro personagens envolvidos no processo de uma epidemia: os vírus, os mosquitos, os animais intermediários e os seres humanos. Segundo os cientistas, a proposta é, entre outras coisas, fazer o sequenciamento genético dos vírus causadores dessas doenças e analisar a distribuição e o comportamento de seus transmissores: os mosquitos Aedes aegypti (que dissemina dengue, zika e chikungunya em ambientes urbanos), Haemagogus e Sabethes (vetores da febre amarela em áreas silvestres).
Em outra frente, eles vão acompanhar os animais que também podem ser infectados por esses agentes infecciosos, em particular algumas espécies de macacos. Apesar de não transmitirem a doença diretamente às pessoas, o aumento de casos entre os primatas pode significar o início de um novo surto ou o aumento do risco de transmissão em áreas de transição entre cidades e florestas.
Todo esse processo está sendo financiado pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos e conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
1 milhão de casos em 2020
Dados divulgados pelo governo federal mostram que o Brasil registrou quase 1 milhão de casos da dengue em 2020. Até 14 de novembro, foram registrados 971.136 casos da doença no país. As maiores taxas de incidência foram registradas nos estados do Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal. Os dados ainda podem ser atualizados, segundo o Ministério da Saúde. São números gritantes que mostram a urgência desse projeto. Que ele possa ajudar a diminuir essa triste estatística!
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