Pesquisa pode apontar eficácia do própolis para reduzir o tempo de internação pela Covid-19
Por: Adriano Dias
30/01/2021 – 14h42
Após um pouco mais de um ano da confirmação dos primeiros casos do novo coronavírus, o mundo da ciência segue encontrando indícios de respostas satisfatórias para o combate ao vírus que mudou a rotina do mundo inteiro.
A mais recente descoberta é sobre a possibilidade da diminuição do tempo de internação do paciente com a Covid-19 através do uso de própolis. O estudo está sendo liderado através de uma parceria entre a Apis Flora, empresa brasileira do segmento de própolis, mel e extratos de plantas medicinais, o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino e o Hospital São Rafael, de Salvador. No entanto, o trabalho publicado na plataforma MedRxiv, no dia 9 de janeiro deste ano, ainda não foi revisado por outros pesquisadores ou anunciado em algum periódico científico.
O desenvolver da pesquisa
De acordo com a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, o estudo clínico ocorreu entre junho e agosto do ano passado, e teve a participação 124 pessoas que estavam internadas, em decorrência da infecção por coronavírus, no Hospital São Rafael em Salvador, na Bahia. Ainda segundo o relatório, esses pacientes tinham cerca de 50 anos; apresentavam comorbidades; registravam sintomas da COVID-19 há cerca de oito dias; e o grau de acometimento pulmonar estava em torno de 50%.
Um dos autores do estudo, o professor David de Jong apresenta a seguinte explicação: “A administração oral da substância foi segura, pois não houve eventos negativos associados ao uso. Além disso, a diminuição do tempo de internação após a intervenção foi significativa. O grupo controle, que não ingeriu própolis, ficou 12 dias hospitalizado após o início do tratamento. Já os grupos que receberam doses mais baixas e mais altas ficaram, respectivamente, 7 e 6 dias internados”.
Os pesquisadores revelam que, uma das possibilidades do uso do própolis para a melhor recuperação do paciente é que a substância interfira, de forma positiva, em uma proteína da superfície celular, a qual estava envolvida no processo de invasão do coronavírus. Além disso, o grupo verificou que no pequeno grupo de voluntários a substância ajudou a diminuir a incidência de lesões renais, que pode ser um fator de risco para infectados pelo coronavírus.
Próxima etapa
Segundo os responsáveis pela pesquisa, o próximo passo necessário será a realização de um ensaio clínico duplo cego com placebo (substância sem nenhum efeito prático contra o coronavírus), envolvendo um grupo maior de pacientes. Nesse caso, nem os médicos e nem os pacientes saberão de que forma estão sendo suplementados.
Para evitar que o voluntário perceba se ele é do grupo placebo ou não, já que o própolis tem um sabor e um cheiro muito característicos, o extrato será encapsulado na próxima etapa da pesquisa. Segundo a assessoria, será o mesmo extrato de própolis, o que mudará é apenas o formato. No caso, serão adotadas cápsulas de própolis, com a mesma concentração.
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