Universidade de São Paulo cria teste que detecta anticorpos para Covid-19 em 10 minutos
Por: Lohrrany Alvim
28/01/2021 – 12h45
Recentemente falamos por aqui sobre um teste caseiro inédito contra Covid-19, aprovado nos Estados Unidos. Os resultados são transmitidos sem fio para um aplicativo de smartphone em cerca de 15 minutos. Desta vez, a boa notícia vem aqui do Brasil. As informações são da Agência Fapesp.
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveram um teste popular capaz de detectar Covid-19 em apenas 10 minutos. Outro ponto positivo é que o teste custa até cinco vezes menos que a média de mercado. Chamado de “Teste Popular de COVID-19”, ele poderá ser vendido por cerca de R$ 30 assim que o registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) for obtido. Para quem não sabe, o preço médio dos similares no mercado está em torno de R$ 140.
“Nós conjugamos uma nanopartícula de ouro [que dá a cor avermelhada às bolinhas] a um pedaço da proteína spike do SARS-CoV-2, que é reconhecido pelos anticorpos humanos. Esse bioconjugado é aproximadamente 1 milhão de vezes menor do que um fio de cabelo”, explica o coordenador do estudo, o professor Frank Crespilho.
Como funciona
O dispositivo é bem parecido com outros já disponíveis nas farmácias. Funciona assim: ao analisar uma gota de sangue do usuário, o teste identifica a presença de anticorpos do tipo imunoglobulina G (IgG), produzidos ainda na fase aguda da Covid-19. Após esse processo, duas bolinhas avermelhadas aparecem no leitor.
“Quanto mais anticorpos há no sangue, mais forte é o tom de vermelho das bolinhas. Por esse motivo, acreditamos que o teste também poderá ser usado para monitorar a resposta da população às vacinas. Sabemos que nem todo mundo desenvolve imunidade protetora após se vacinar e também que o nível de anticorpos diminui com o tempo”, acrescenta o coordenador.
O teste foi criado por pesquisadores do Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo (IQSC) e da startup paulistana Biolinker, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
Objetivo
A ideia é ampliar a testagem no país, tornando-a mais acessível às populações de baixa renda e possibilitando a análise em massa da população a um custo mais viável. No entanto, o grupo ainda está testando a eficácia. O objetivo é produzir cerca de 500 unidades, que serão testadas em amostras de pacientes de São Paulo.
“Também estamos em negociação com grupos do Nordeste. Finalizada essa etapa de validação, que ao todo deve levar cerca de um mês, podemos pedir o registro na Anvisa”, conta Crespilho.
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