Rio de Janeiro vai produzir soro contra o coronavírus em grande quantidade
Por: Adriano Dias
27/08/2020 – 15h47
Não sei se você se lembra de uma iniciativa local que poderia ser considerada um grande avanço no combate a Covid-19. A parceria entre o Instituto Vital Brazil e a Universidade Federal do Rio de Janeiro na produção de um soro hiperimune que pode neutralizar o vírus já foi abordado aqui. Pois bem, saiba que essa iniciativa teve um avanço animador.
Isso porque, no último dia 19/08, cientistas do Vital Brazil estiveram reunidos com técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Neste encontro, ficou definido que o estado do Rio de Janeiro vai atuar na produção em larga escala do utensílio medicinal. A expectativa, inclusive, é que isso aconteça já para os próximos 2 meses, assim que encerrado o período de testes clínicos, que são obrigatórios.
De acordo com o Adilson Stolet, presidente do IVB, a conversa com a ANVISA foi muito positiva.
“Agora vamos para o período de teste clínico, que a agência reguladora solicita para registro do produto. Só depois dessa permissão para assim iniciar a produção em larga escala”, complementou Stolet.
Nesse período, o teste clínico será liberado para pacientes já infectados pela doença. A testagem será realizada em parceria com o Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino. Ainda segundo Adilson, o IVB tem capacidade para produzir, anualmente, cerca de 100 mil soros contra o coronavírus.
Como funciona o medicamento?
Segundo os cientistas, os soros antiofídicos são produzidos a partir do sangue de um animal de grande porte, como o cavalo, que produz agentes de defesa contra o veneno inoculado em seu organismo. O sistema imunológico do animal cria anticorpos que neutralizam a ação do veneno injetado nele. Para a produção do soro, o plasma desse animal é a base. O material passa por diversas etapas de produção e testes até se tornar o soro que conhecemos. As hemácias (glóbulos vermelhos), então, são devolvidas ao animal. O objetivo do IVB é a produção do soro contra o coronavírus com essa mesma tecnologia.
No estudo contra o coronavírus, a UFRJ promete isolar e inativar o vírus, para que ele possa começar a ser inoculado em cavalos do Instituto Vital Brazil. O teste começou no dia 27 de maio. O medicamento é do mesmo modelo usado no combate à raiva e à picada de animais peçonhentos.
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