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Aprovação de vacina russa contra Covid-19 pode ocorrer já em agosto

A Rússia pode se tornar o primeiro país do mundo a aprovar uma vacina contra o novo coronavírus.

Por: Lohrrany Alvim
02/08/2020 – 15h41
a vacina está sendo desenvolvida de forma rápida por ser adaptada de uma versão já existente
A vacina está sendo desenvolvida de forma rápida por ser adaptada de uma versão já existente.

 

Em meio à corrida contra a Covid-19, a primeira possível vacina vem da Rússia, que pode obter aprovação regulatória já na primeira quinzena de agosto. Após essa fase, a vacina será administrada aos profissionais de saúde da linha de frente no combate ao coronavírus.

Entre 10 e 12 de agosto, após verificação pelo Serviço Federal de Vigilância na Área da Saúde da Rússia, devem estar prontos os documentos de registo. Já em 15 ou 16 de agosto é esperado que sejam obtidos documentos que permitirão distribuir a vacina entre a população.

Caso isso se confirme, os russos serão os primeiros do mundo a aprovar e a vacinar sua população, na frente de outras potências que buscam uma imunização contra o coronavírus como os Estados Unidos, Inglaterra e China. Esses países estão na fase 3 de testes das vacinas da Moderna, de Oxford e Coronavac.

Cientistas russos afirmam que a vacina está sendo desenvolvida de forma rápida por ser adaptada de uma versão já existente e usada contra outras doenças. O processo é parecido com o que o laboratório Moderna tem desenvolvido com o apoio do governo norte-americano.

Mas, como falamos no começo, os primeiros a receber as doses serão profissionais da saúde, que trabalham na linha de frente. O uso da vacina sem restrições pelo restante da população do país será possível somente em janeiro ou fevereiro do ano que vem. Anteriormente, o ministro da Saúde Mikhail Murashko já tinha admitido a possibilidade de começar já neste mês a vacinação em pessoas de grupos de risco. No entanto, essa hipótese foi descartada.

 

Acordo com o Brasil

Para atender aos mercados da América Latina, a Rússia quer firmar acordos com laboratórios do Brasil. Recentemente, o Instituto Butantan foi procurado por autoridades do país para negociar uma parceria para produção de uma vacina contra o novo coronavírus. A informação é do presidente do Butantan, Dimas Covas. As negociações seguem em andamento.

Covas explicou que a parceria não está descartada pelo Butantan, mas o instituto já está associado ao laboratório chinês Sinovac Biotech para o desenvolvimento da fase 3 de um imunizante. Para oferecer um sinal verde aos russos, o Butantan aguarda um novo contato, com respostas para algumas informações solicitadas pelo instituto.

“Precisamos ter mais dados técnicos para poder fazer essa avaliação e precisamos de dados mais concretos em relação aos estudos que já foram feitos, se já foram feitos estudos fase 1 e fase 2, enfim, conhecer melhor a vacina”, explica Covas.

 

Doses reservadas

Um levantamento feito pelo Quartz, organização internacional de notícias, aponta que o Brasil é um dos países com mais doses da vacina contra a Covid-19 reservadas. Já são 220 milhões, sendo 120 milhões da chinesa Sinovac, desenvolvida em parceria com o Instituto Butantan, e 100 milhões da Universidade de Oxford, que mantém parceria com a AstraZeneca. Os Estados Unidos aparecem em primeiro lugar, com 1 bilhão de doses reservadas.

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