Brasil fecha acordo com Universidade de Oxford para produzir vacina contra Covid-19
A expectativa é de que o primeiro lote esteja disponível até final do ano.
Por: Lohrany Alvim
02/07/2020 – 14h57
Mais uma notícia boa com o intuito de combater a Covid-19. O Brasil chegou a um acordo para produzir até 100 milhões de doses da vacina contra o novo coronavírus desenvolvida pela Universidade de Oxford, do Reino Unido, e a farmacêutica AstraZeneca.
Serão três lotes, caso a eficácia de imunização da vacina seja comprovada nos testes que ainda estão sendo feitos. Desse total de 100 milhões de doses, 15 milhões serão distribuídas no Brasil em dezembro deste ano e mais 15 milhões em janeiro de 2021. Após essas duas fases, mais 70 milhões de doses poderão ser produzidas. Desta vez a distribuição será através do SUS (Sistema Único de Saúde).
De acordo com comunicado do Ministério da Saúde, “nessa fase inicial, de risco assumido, serão 30,4 milhões de doses da vacina, no valor total de U$ 127 milhões, incluídos os custos de transferência da tecnologia e do processo produtivo da Fiocruz, estimados em U$ 30 milhões”.
Para quem não sabe, a vacina está sendo apontada como uma das mais promissoras entre as dezenas em que pesquisadores de todo o mundo estão trabalhando. Segundo o acordo, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) vai adquirir a tecnologia e os insumos para a produção. A vacina também está sendo testada na Grã-Bretanha e na África do Sul, além do Brasil.
Distribuição de acordo com a prioridade
As primeiras vacinas serão distribuídas para pessoas do grupo de risco – como idosos e pessoas com comorbidades – profissionais de saúde e trabalhadores da segurança pública. O secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo de Medeiros, ressaltou que a vacina só será distribuída para a população se for comprovado que ela funciona e que é segura.
“A vacina já está na fase 3, em fase clínica. O Brasil é representante do conjunto de nações que estão testando a vacina. A gente tem uma oportunidade de produzirmos e avançarmos com a oferta desta parceria e encomenda tecnológica. É óbvio que toda e qualquer entrega à população será feita com respeito aos critérios farmacológicos e clínicos e da segurança à população”, lembrou o secretário.
Etapas
Antes da fase de distribuição, a vacina vai precisar passar por duas etapas. A primeira engloba a encomenda de frascos de imunização e os custos de parte da pesquisa. Com esse acordo, o Brasil se compromete a pagar pela tecnologia, ainda que não tenham se encerrado os estudos clínicos finais. Já a segunda etapa consiste na compra, caso a vacina se mostre eficaz e segura.
Se a vacina for aprovada, o Ministério da Saúde estima a compra de mais 70 milhões de doses, no valor estimado de US$ 2,30 (cerca de R$12,60) por dose.
Aqui no Brasil, os testes da vacina ChAdOx1 nCoV-19 foram anunciados no início do mês de junho. Os pesquisadores brasileiros começaram a administrar as doses em voluntários. De acordo com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), os testes contam com 2 mil voluntários em São Paulo e mil no Rio de Janeiro, realizados pela Rede D’Or.
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