Prefeitura lança projeto para incentivar adoção de animais
O programa foi batizado de Entrega Pet e já ajudou na adoção de mais de 50 bichinhos.
Por: Lohrrany Alvim
14/05/2020 – 18h26
Em meio ao isolamento social, adotado como forma de prevenção ao novo coronavírus, a procura por um amigo de quatro patas dobrou nas últimas semanas. A confirmação veio através de ONGs de proteção animal de Campinas (SP), que viram a procura aumentar em tempos de pandemia. Com as pessoas passando mais tempo dentro de casa, o desejo de adotar cachorros ou gatos foi colocado em prática, aproveitando o isolamento social para fazer a adaptação dos pets.
Posso te fazer companhia?
Pegando carona nessa onda de amor e carinho, a Prefeitura do Rio de Janeiro lançou um projeto para incentivar a adoção de animais enquanto vigorar o isolamento social no município. O programa foi batizado de “Entrega Pet” e já ajudou na adoção de 51 animais. Pode parecer pouco, mas este número representa um aumento de 50% em comparação com a média mensal de adoções na cidade.
O programa é bem simples: a pessoa que pretende adotar um amiguinho de quatro patas pode ver o animal através de uma ligação por vídeo chamada, já que as medidas de combate à pandemia restringiram as possibilidades de visitas aos animais que se encontram no abrigo do município. Durante o processo de adoção, profissionais da prefeitura conversam com os interessados para encontrar um bichinho que se adapte com mais facilidade ao ambiente onde possivelmente irá viver. Depois de todo o processo, uma equipe se encarrega de realizar a entrega do mais novo membro da família.
Para levar o escolhido para casa algumas regras devem ser seguidas, como explica Roberto de Paula, subsecretário de Bem Estar Animal do Rio.
“Você precisa ser maior de idade, precisa nos enviar identidade, CPF e comprovante de residência. A partir daí, alguém vai ligar para você por vídeo chamada e vocês vão conversar sobre as características do seu lar e sobre as características dos nossos animais para formar uma grande família”, detalha Roberto de Paula.
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Você pode ajudar
Segundo a prefeitura, em janeiro foram registradas 31 adoções. Esse número caiu em fevereiro para 28. Em março a situação foi ainda mais alarmante. Com o início do período de isolamento social para barrar o avanço da Covid-19, o município do Rio de Janeiro não registrou nenhuma adoção. Sendo assim, o programa “delivery” chegou em ótima hora.
Se você se interessou e quer saber mais detalhes sobre o projeto “Entrega Pet”, basta entrar em contato com o Subsecretário de Bem Estar Animal do Rio através do telefone: (21) 99399-3968. Além de fazer o bem, você também constrói uma amizade bonita e verdadeira.
Mudança na rotina
Com uma pandemia atingindo todo o planeta, nossa rotina sofreu diversas mudanças. O isolamento social forçou o cancelamento de eventos, fechou escolas e diversos trabalhadores estão em esquema de home office. Os efeitos da quarentena também foram sentidos pelos pets, com alterações no dia a dia. Para a alegria de todos, cães e gatos estão podendo desfrutar da companhia dos humanos por mais tempo.
É o caso de Mario Picksus, estudante de engenharia mecânica de 25 anos e morador de São Vicente, no litoral de São Paulo. Atualmente, ele está trabalhando em casa na companhia dos gatos Percy e Harry. Os dois já fazem parte da rotina de Mario há 4 anos. Quando perguntado se percebeu alguma mudança de comportamento dos bichinhos durante o período de isolamento social, Mario afirmou que eles se adaptaram rapidamente a rotina de home office do dono.
“Eles levantam comigo no horário do meu trabalho e geralmente sabem meu horário de almoço e café da tarde. Sinto eles bem presentes comigo nesses momentos. Aliás, são os horários que eles pedem para colocar comida”, brinca o dono.
Mas a rotina não mudou somente para Percy e Harry. Com o cenário atual, sendo forçado a substituir boa parte do seu cronograma, Mario Picksus percebeu que a presença dos amigos de quatro patas ajuda a aliviar o estresse.
“Geralmente gatos são super independentes, então eles dormem ou brincam entre eles enquanto eu trabalho. Porém, parece que eles sentem quando tem algo acontecendo, ficam mais próximos de mim, deitam do meu lado enquanto trabalho. Esse momento tem sido muito difícil e pesado por conta de muitas demandas e altas cobranças de resultados, e não poder sair de casa se torna muito pesado, pois o lugar onde você dorme e relaxa se torna o local de trabalho. Você não consegue ver pessoas diferentes, então eles se tornam a companhia diária que torna tudo mais leve. E do jeito deles, demonstram que se importam com a gente e oferecem o apoio deles”, relata o estudante.
Já a casa da Lorhayne Souza, moradora de Duque de Caxias, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, ganhou mais um morador. Uma moradora, na verdade. Com o distanciamento social e possibilidade de ficar mais tempo em casa, a jovem de 23 anos aproveitou esse período para adotar uma gatinha que se encontrava em situação de rua para fazer companhia a Nico e Luna, dois cães que já faziam parte da família. Lorhayne conta como está o seu dia a dia após a chegada da pequena Eva.
“Agora minha rotina vai ser acordar todos os dias de manhã pra dar leite. Estou feliz. Se não fosse eu, o que será que ela estaria fazendo agora?! Eu dou atenção e amor que ela precisa e está sendo muito bom. Ela é carinhosa e adora um colo. Não me arrependo de ter adotado. Se eu tivesse espaço, pegaria mais”, relata a jovem.
Faça como a Lorhayne e adote você também!
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