Projeto de bike adaptada para criança com deficiência é elaborado em Minas Gerais
Se você for buscar a definição de deficiência física vai encontrar a seguinte resposta: problemas que limitam a mobilidade e coordenação geral de algum membro do corpo, que pode afetar a fala em diferentes graus. A pessoa apresenta diversas causas como lesões neurológicas, neuromusculares e má-formação congênita. Muitas crianças são atingidas com estas deformações, o que a limita ainda mais de realizar as atividades ditas “normais” pelas outras. No entanto, esta realidade pode mudar diante da criação desta nova ferramenta.
O encontro que originou o projeto
Este caso foi registrado em Governador Valadares, no leste mineiro. Os alunos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial conseguiram desenvolver uma bike adaptada para criança com deficiência. Durante a apresentação, a plateia ficou emocionada. A bicicleta foi elaborada durante o projeto de TCC da turma do curso de técnico em eletromecânica e tem como alvo aqueles que não têm condição de conduzir uma bike sozinha.
A criação consegue priorizar, ao mesmo tempo, a experiência de pedalar e de guiar. A bicicleta foi projetada para que a criança fixe os pés no pedal e as mãos no guidom na parte dianteira. Na comparação com outras bicicletas, essa possui outro guidom e outros pedais na parte traseira, para serem conduzidos por outra pessoa, que vai andar na companhia da criança, sem privá-la do prazer de pedalar e guiar o equipamento.
O projeto começou a nascer quando o instrutor do SENAI, Marcos Soares, encontrou uma família em um supermercado da cidade e viu uma criança com o sonho de andar de bicicleta. No entanto, a diparesia espástica – um tipo de paralisia cerebral que acomete os membros inferiores – impede a criança de pedalar sozinha. Este relato comoveu o instrutor, que decidiu levar a situação para a turma.
De acordo com Marcos, a criança tem força nos membros inferiores, mas não tem equilíbrio. Além disso, o ato de pedalar pode estimular os músculos e fortalecer as pernas dela, para que possa fazer caminhada e melhorar o equilíbrio. Uma ajuda além da fisioterapia que ela faz.
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A deficiência no Brasil
Tendo como base o comparativo com dados do Censo 2010, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística destacou recentemente que a porcentagem de pessoas com algum tipo de deficiência no Brasil é de 6,7%. O número é bem inferior aos 23,9% registrados anteriormente. Dentre os tipos de deficiência pesquisados, a visual é a mais representativa e atinge 3,6% dos brasileiros, sendo mais comum entre as pessoas com mais de 60 anos. O grau intenso ou muito intenso da limitação impossibilita 16% dos deficientes visuais de realizar atividades habituais como ir à escola, trabalhar e brincar. Esperamos que outras invenções como essa dos alunos do SENAI possam surgir e contribuir com a inclusão na nossa sociedade.
Redação por: Adriano Dias
22/03/2020 – 16h39
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