Jovens brasileiros criam protetor solar à base de Buriti para pessoas de baixa renda
Em desenvolvimento desde dezembro do ano passado, o Ultra Buriti já entrou em fase de testes.
É muito comum destacarmos por aqui criações de brasileiros. Recentemente falamos sobre a estudante de gastronomia que desenvolveu um prato biodegradável com resíduo da bananeira. Segundo Paula Facó, a intenção dela é promover uma consciência contrária ao modelo de produzir, usar e descartar. E você se lembra dos jovens de Goiânia que criaram um sistema que alerta sobre alagamentos? A vantagem é que a mensagem pode chegar rapidamente por aplicativo de celular ou sinalizadores eletrônicos. Bem legal, né?!
Boa ação no Ceará
Seguindo a mesma linha, estudantes no Ceará desenvolveram um protetor solar feito à base de óleo de buriti, pensando na proteção de trabalhadores de baixa renda que ficam debaixo de sol forte do Nordeste. A ideia veio dos alunos Eron Pinheiro e Fidel Morais, que cursam o 3º ano do ensino médio no Colégio Pequeno Príncipe, em Crato.
O produto ganhou forma com a orientação do professor de química, Cícero Teixeira e de geografia, Jefferson Feitosa. A extração de calcário é realizada no Vale do Buriti, em Santana do Cariri. O produto vem sendo desenvolvido desde dezembro de 2019 e agora o protetor solar Ultra Buriti entrou em fase de testes.
O que é Buriti?
Pra quem não sabe, o Buriti (Mauritia Flexuosa) é uma espécie de palmeira de origem amazônica. Ela também é conhecida por outros nomes como buriti-do-brejo, carandá-guaçu, carandaí-guaçu, coqueiro-buriti, itá, palmeira-dos-brejos, buritizeiro, meriti, miriti, muriti, muritim, muruti. O Buriti é normalmente encontrado na região Norte, mas também aparece com frequência em outros estados como Ceará, Maranhão, Piauí, Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais e Mato Grosso.
A produção de óleo é feita a partir da polpa e da semente e pode ser utilizado em queimaduras por possuir efeito aliviador e cicatrizante.
Mas por que o fruto dessa palmeira? Os alunos escolheram o Buriti como princípio ativo pela capacidade de absorção dos raios ultravioleta. Os desenvolvedores decidiram nomear o produto de Ultra Buriti após conhecerem a rotina dos trabalhadores do Vale do Buriti, que passam horas trabalhando debaixo de sol forte todos os dias.
Ele é composto por um mix de ativos naturais, que conta com fator de proteção e hidratação. Tudo foi pensado para que o produto tivesse um bom custo benefício.
“Eles desenvolveram o PH e o Fator de Proteção Solar, FPS. Concluindo essa etapa final estaremos com o filtro protetor solar preparado”, revelou o professor Cícero à Cariri Revista.
Os próximos passos do grupo é criar uma embalagem sustentável para o produto e tornar o protetor solar acessível para pessoas com baixa renda.
Mais uma ação sustentável
O mineiro Allan Gomes, de 29 anos, que atualmente vive no Canadá, criou um tubo biodegradável para creme dental com objetivo de reduzir o custo de produção e o impacto ambiental. Ele criou a Coolpaste em 2012, durante a graduação no curso de Design pela Universidade Federal de Minas Gerais. Agora cursando mestrado na York University, no Canadá, o projeto virou tese em mais uma etapa de estudos.
Na criação, o brasileiro descartou a caixa de papel da embalagem, reduzindo o desperdício do produto. Ele também tirou as tintas químicas e fez o tubo com novos materiais, o que tornou a embalagem sustentável e o produto 100% biodegradáveis. Os primeiros protótipos já estão sendo testados.
Redação por Lohrrany Alvim
11/02/2020 – 15h03
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