Estudante de gastronomia cria prato biodegradável com resíduo da bananeira
Projeto, que nasceu na cidade de Fortaleza (CE), também foi elaborado a partir da cola de amido.
Destacado pela beleza de seu litoral, pela religiosidade popular e pela fama de ser grande berço de talentos do humor, o Ceará é, de longe, um dos estados mais bonitos do nosso país. Sua capital, Fortaleza, é considerada a 10ª mais rica do Brasil – e a 2ª do Nordeste -, além de ter a terceira maior região metropolitana do Nordeste. Grandes nomes da nossa música saíram de lá, como Belchior, Ednardo e Raimundo Fagner.
Além de todas essas características tão marcantes, essa bela região pode se destacar também na produção de equipamentos que diminui o volume de lixo gerado nas grandes cidades.
A criação do prato degradável
A iniciativa que vamos contar agora surgiu do Laboratório de Criação da Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco, localizado na capital cearense. Com o apoio da Embrapa Agroindústria Tropical, a estudante de gastronomia Paula Facó elaborou um prato biodegradável produzido a partir do pseudocaule da bananeira e cola de amido. O utensílio surgiu com a intenção de aproveitar o resíduo da fruta muito produzida e consumida no Ceará.
A estudante destacou que a intenção dela é promover uma consciência contrária ao modelo de produzir, usar e descartar. Em entrevista a Revista Globo Rural, ela explica que “é preciso continuar o círculo, em vez de descartar, transformar para ser usado novamente”.
Intitulado de M.U.S.A – oriundo do gênero das bananeiras Musa -, a pesquisa foi uma das sete selecionadas por meio de Edital do Laboratório de Criação para buscar alternativas ao uso de produtos descartáveis de plástico. Para o projeto fluir, a pesquisadora procurou a Embrapa e encontrou no Laboratório de Tecnologia da Biomassa equipamentos e a expertise necessários para o desenvolvimento do seu projeto.
A Escola de Gastronomia Social Ivens Dias Branco tem como característica a oferta de cursos básicos e profissionalizantes em cozinha, panificação e confeitaria, além de mentorias para desenvolvimento de produtos e pesquisas, por meio do Laboratório de Criação em Cultura Alimentar Gastronômica.
Em um momento em que se discute, de forma intensiva, a utilização de produtos sustentáveis, é possível acompanhar diversas iniciativas que aprofundam ainda mais esta tese. Aqui, neste blog, já abordamos sobre uma iniciativa vinda de Campinas (SP), onde uma adolescente desenvolveu um canudo biodegradável à base de inhame.
Vantagens e Desvantagens do Biodegradável
Para quem não sabe, uma embalagem é considerada biodegradável quando é possível realizar a sua decomposição naturalmente, ou seja, sua biodegradação. Ela é realizada através de micro-organismos como bactérias, algas e fungos, que convertem o material em biomassa, dióxido de carbono e água. A vantagem da embalagem biodegradável é que a sua permanência no ambiente é menor do que a permanência das embalagens não biodegradáveis, o que diminui as chances de efeitos nocivos como sufocamentos, entrada na cadeia alimentar, contaminação por disruptores endócrinos, entre outros.
Já a desvantagem da embalagem biodegradável é que, para ocorrer de forma adequada, é preciso que os descartes sejam através de usinas de compostagem, onde há condições adequadas de luz, umidade, temperatura e quantidade correta de micro-organismos e, infelizmente, a maior parte do resíduo brasileiro acaba indo parar em aterros e lixões, onde não há garantias de que o material se biodegrade 100%.
Redação por Adriano Dias
08/02/2020 – 14h57
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