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Cientistas criam protetor solar ecológico de cascas de caju

O estudo descobriu que alguns compostos criados pelo resíduo da castanha tinham qualidades similares a de protetores solares comuns. | Foto meramente ilustrativa

 

A equipe de “químicos verdes” da Universidade de Witwatersrand, na África do Sul e colegas de universidades na Alemanha, Malawi e Tanzânia descobriu uma maneira ecologicamente correta de produzir filtros solares. Ao invés de descartar como resíduo, os cientistas utilizam as cascas de castanha de caju para confeccionar o protetor.

O grupo trabalha em um processo químico chamado xilochemistry, para produzir compostos úteis a partir de resíduos vegetais não comestíveis de rápido crescimento. Ao usar cascas de castanha de caju, a equipe produziu novos compostos aromáticos que mostram boa absorção de UVA e UVB, que podem ser aplicados para proteger humanos, assim como polímeros ou revestimentos, contra raios nocivos do sol.

Raios UVA e UVB

UV é a sigla para ultravioleta, que é um tipo de radiação eletromagnética. Assim, UVA e UVB são diferentes tipos de raios ultravioleta e que são transmitidos a partir do Sol. Esses raios são invisíveis, mas estão presentes em todas as épocas do ano, seja no verão ou inverno, com maior incidência nas estações mais quentes. A exposição prolongada aos raios ultravioletas é bastante prejudicial ao ser humano, podendo ser responsáveis por diversos males, entre eles o câncer de pele, por exemplo.

Além de causar queimaduras solares, envelhecimento prematuro e o desenvolvimento de melanomas potencialmente letais em humanos e animais, os raios UV também são prejudiciais à maioria dos materiais. Os efeitos levam à descoloração de corantes e pigmentos, intemperismo, amarelamento de plásticos, e a perda de brilho e propriedades mecânicas.

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Funcionamento

Para atenuar os danos causados pelos raios UV, os filtros solares devem exibir uma alta absorção. Um composto orgânico conhecido como oxibenzona é um ingrediente comum que também foi adicionado aos plásticos para limitar a degradação por UV.

Mas a sua origem é uma grande desvantagem devido ao efeito negativo nos ecossistemas aquáticos associados a uma baixa biodegradabilidade. Como resultado, há uma crescente atenção dos órgãos reguladores e regulamentações mais rigorosas estão sendo aplicadas na produção de produtos de filtragem solar.

A pesquisa

O artigo foi recentemente publicado como capa do European Journal of Organic Chemistry. O professor Charles de Koning, da Faculdade de Química de Wits e principal autor do artigo disse que as preocupações atuais sobre o uso de recursos fósseis para a síntese química de moléculas funcionais e o efeito dos atuais absorvedores de UV em protetores solares no ecossistema foi determinante para o estudo.

A equipe já apresentou um pedido de patente para comercializar o processo na África do Sul.

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Redação por Jhade Marinho

24/08/2019 – 16h35

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