Nova técnica trata nódulos na tireoide sem deixar cicatriz
As cicatrizes que ficam em nosso corpo por conta de alguma cirurgia, como a retirada de nódulos na tireoide, costumam gerar incômodos. Mas um novo tratamento chamado radiofrequência promete acabar com isso. Esse procedimento é capaz de eliminar os nódulos sem deixar marcas visíveis na pele. Além dessa técnica ser menos invasiva, preserva a glândula. Legal, né!? E é que o SUS vai oferecer esse procedimento à população.
Esse tipo de operação recebeu há pouco tempo um código no rol de procedimentos da Associação Médica Brasileira, honraria para entrar na Agência Nacional de Saúde Suplementar, para então ser ofertada à sociedade por meio do Sistema único de Saúde ou por planos de saúde.
De acordo com pesquisadores da UERJ, esse método é inédito na América Latina e foi apresentado durante um curso oferecido pelo hospital Pedro Ernesto para cirurgiões de cabeça de pescoço.
Os cirurgiões Leonardo Rangel e Erivelto Volpi foram os responsáveis por trazer essa inovação para o Brasil. Segundo eles, a Ablação por Radiofrequência pode reduzir os nódulos em 80% dos casos.
Vale ressaltar que cerca de 60% da população brasileira pode desenvolver nódulos tireoidianos a partir dos 50 anos de idade, de acordo com um estudo feito pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.
O que é Tireoide e qual a sua função?
A tireoide é uma das maiores glândulas do corpo humano e fica na altura do pescoço, perto da laringe, cordas vocais. Ela é responsável por regular a função de órgãos importantes como: o coração, o fígado, o cérebro e os rins.
Além disso, ela também produz dois hormônios: T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina) que atuam em todo o organismo humano, regulando o metabolismo. É necessário que a tireoide esteja funcionando perfeitamente para garantir o equilíbrio do corpo. Caso a tireoide não esteja funcionando bem, ela pode liberar esses hormônios em excesso, ocasionando o hipertiroidismo, ou pode liberar hormônios em quantidades insuficientes, ocasionando o hipotireoidismo.
As alterações na glândula também podem levar ao aparecimento de nódulos. Segundo o conselho de medicina, cerca de 90% dos casos são benignos. Mas mesmo assim, geram desconforto, especialmente em mulheres, por questões estéticas, pois dependendo do tamanho, esse nódulo pode ficar visível.
Sintomas
A maioria das pessoas demora a notar o surgimento de um nódulo. Mas alguns sintomas podem indicar que você está com alguma lesão na tireoide. Fique atento! E caso você tenha alguns desses sintomas, busque um médico para fazer avaliações.
Os sintomas são:
sensação de que está com um caroço no pescoço
dor no pescoço;
queda de cabelo;
tosse persistente;
problemas na fala, rouquidão;
problemas na mastigação ou para engolir;
hipo ou hipertireoidismo, que causam alteração de peso;
dificuldades na respiração;
Tratamento sem cicatriz
Acabar com os nódulos sem deixar marcas, esse é o grande diferencial da Ablação por Radiofrequência em relação aos outros métodos.
Para que não fique nenhuma evidência cirúrgica na região, o procedimento é feito com a introdução de uma agulha bem fina no nódulo. Essa agulha é guiada por ultrassonografia e age através de ondas de calor.
Desta forma, além de diminuir consideravelmente o tamanho do nódulo, também evita cortes no pescoço.
“Ela permite que você trate o nódulo sem retirar tecido tireoidiano, então isso virtualmente impede que a pessoa tenha hipotireoidismo. Você trata um problema, sem criar outro”, esclarece o médico e pesquisador da UERJ Leonardo Rangel.
“Essa é uma tendência mundial, já que não há necessidade de internamento, o paciente faz e vai embora no mesmo dia, a recuperação é mais rápida”, enfatiza o cirurgião.
Uma das pacientes que passou por esse procedimento foi a jornalista Márcia Alves para tratar um nódulo benigno. Ela relatou que ficou bastante satisfeita com o resultado. “Foi a melhor coisa que poderia ter acontecido”, comemora Márcia. De acordo com a jornalista, a cirurgia contou com apenas “dois furinhos na garganta” e não precisou de repouso prolongado. No dia seguinte ela pôde ir trabalhar normalmente.
Redação por Jenneffer Dutra
11/06/2019 – 14h19
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