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Adolescente de Campinas cria canudo biodegradável, comestível e maleável à base de inhame

Os canudos de plástico foram proibidos por lei no Rio de Janeiro em 2018 | Foto meramente ilustrativa

 

Redação por Lohrrany Alvim

04/01/2019 – 16h19

A adolescente Maria Pennachin, de 16 anos, desenvolveu um canudo biodegradável à base de inhame no laboratório do Colégio Estadual Culto à Ciência, em Campinas (SP). Além de poder ser descartado na natureza sem causar prejuízos para a fauna e a flora, o biocanudo é maleável e até mesmo comestível.

A proposta deu tão certo que a aluna vai apresentá-la em uma feira internacional em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, em setembro de 2019.

Ela conta que o projeto partiu da recente discussão sobre o descarte de canudos de plástico na natureza e a proibição de sua circulação. “Me despertou muito o interesse quando começou a aparecer essa problemática. Quando vem uma proibição, precisa de uma alternativa. Então eu mesma quis ir atrás dela”, relata Maria.

O biocanudo não tem gosto de inhame nem de nenhum outro ingrediente que vai na sua “massa”. Além disso, ele não dissolve no líquido. Mesmo assim, Maria, que frequenta o 2º ano do Ensino Médio, tem outras ideias para melhorar seu produto.

“Quero investigar e ir mais além na firmeza: fazer uma linha vegana, porque a gelatina, um dos ingredientes na composição, não atenderia esse público, e fazer uma coisa mais interessante para o público infantil”, diz a aluna.

Para chegar na atual fórmula, Maria realizou uma série de testes e contou com a orientação de duas professoras: Aloísa Morreto e Cláudia Caniati. Segundo a professora Aloísa, as disciplinas na escola que trabalham desenvolvimento de projetos são focadas no meio ambiente. “Esse ano, o tema sugerido foi a questão dos resíduos sólidos”, diz.

A aluna conta que, na fase de testes, usou diferentes ingredientes e, analisando os resultados, foi regulando a receita.

“Além do inhame, usei outros ingredientes nos testes. Inclusive coloquei vinagre. Nos que eu coloquei menos, teve o aparecimento do fungo. Fui regulando o tanto que precisava de cada ingrediente e obtive a massa final”, explica.

Maria diz que observava o inhame na culinária quando teve a ideia de aplicá-lo na área do bioplástico. “Eu já era uma consumidora e só de observar na cozinha a ‘baba’ que ele solta, achei interessante. Quando comecei a trabalhar com bioplástico, pensei em acrescentá-lo, por ser pouco explorado nessa área”, conta.

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