Blog

Pesquisadores brasileiros desenvolvem spray nasal contra a Covid-19

Por: Lohrrany Alvim
18/09/2021 – 10h52

A expectativa é que o imunizante esteja disponível até o final de 2022.(Foto reprodução Internet)

 

Uma ótima notícia em tempos tão difíceis de pandemia. Uma vacina em forma de spray nasal contra a Covid-19 está sendo desenvolvida por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP). Em fase de estudos, o novo imunizante pode chegar aos brasileiros com baixo custo e a expectativa é que ele esteja disponível até o final do ano que vem. O projeto tem parceria com a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O spray promete proteger contra variantes e bloquear o vírus ainda no nariz.

“Você já começa a induzir resposta no epitélio nasal e induzir a produção de um anticorpo que é muito importante nas mucosas, que são as IgAs [Imunoglobulina A] secretórias”, conta o coordenador do estudo, Jorge Elias Kalil Filho, professor da Faculdade de Medicina da USP e chefe do Laboratório de Imunologia Clínica e Alergia do Hospital das Clínicas.

 

Facilidade

Além do novo formato de inoculação do vírus, com aplicação pelo nariz, o imunizante também se diferencia no antígeno, que vai contar com pedaços de proteínas que estimulam a resposta celular mais duradoura do que aquela mediada pelos anticorpos neutralizantes.

“Nós estudamos 220 pessoas que tiveram a doença, estudamos também por informática todo o genoma do vírus e selecionamos fragmentos que teoricamente induzem uma boa resposta celular”, declara Kalil Filho.

O imunizante, portanto, deve incluir fragmentos que são capazes de matar a célula, caso ela seja infectada. A ideia da equipe é induzir a produção de um anticorpo do tipo IgA (Imunoglobulina A) nas mucosas, como a boca e o nariz — por onde ocorre o contágio. Se tudo ocorrer como o previsto, o organismo será capaz de impedir ou reduzir consideravelmente os efeitos de uma infecção pelo novo coronavírus.

Primeiros resultados

Daniela Santoro, professora de imunobiologia na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e uma das responsáveis pela pesquisa, explica que os primeiros resultados do estudo são promissores.

“A gente está fazendo testes em animais, e observa que depois que a gente aplica esse spray nasal nos animais, no caso os camundongos, eles produzem essa resposta imune de anticorpos locais. Esse é o objetivo da vacina e é isso que a gente está testando”, pontua.

Próximos passos

Em relação aos custos, o coordenador do estudo prevê que deve ficar em torno de US$ 5, mas que ainda são necessárias outras análises para chegar ao valor final. Ele ainda ressalta que a vacina em forma de spray nasal pode funcionar como um reforço para as doses já existentes e aplicadas por via intramuscular.

“Provavelmente, quando o spray estiver pronto, boa parte da população mundial vai estar vacinada. Eu acredito que ele vai ser, sobretudo, uma dose de reforço”, conclui o médico.

Caso as próximas etapas do estudo tenham resultados positivos, os pesquisadores pretendem submeter toda a documentação necessária à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) até o começo do ano que vem.

Veja também: Cientistas desenvolvem vacina universal contra gripe

 

> Voltar

© Copyright 2018 - Fundação Cristã Espírita Cultural Paulo de Tarso / Rádio Rio de Janeiro

Tsuru Agência Digital
Desenvolvido pela